terça-feira, 24 de março de 2009

Esboço de uma musica sem refrão:



Diz-me ser santo
Quando sei que não podia
Prometeu-me tantas coisas
Que não deveria
Então, agora
Isso traz certa nostalgia
Pergunto-me se talvez qualquer dia

Eu vá sentir a dor, a amargura, a agonia
Verei coisas, que antes, eu não via
Saberei do que não existia
E isso me trará certa alegria

Diz-me ser tolo
Ao dizer que vai passar
Realmente sou
Ao inocente, acreditar?
Sabe lá quanto tempo
Estou disposto a esperar
Para ver o fogo Roma incendiar
Pergunto-me se um dia vão curar

A idiotice de Ícaro
Ao perto do sol voar
O ego de Narciso
Ao, por si mesmo, apaixonar
Penso agora que essa chuva
Nunca vai cessar
E ver-me-ei no dilúvio dos dias
Que não passar
Com animais imundos, num bote,
Par, a par.

quinta-feira, 19 de março de 2009

E eu nem sei seu sobrenome.





Há certo tempo penso sobre isso, desde então tento entender esse ser hermético e enigmático. Menino curioso e inconseqüente que me fiz, abri pouco a pouco meu brinquedo, sem saber se no final conseguiria deixar tudo como encontrei. Por fim, me vi diante de milhares de pequenas peças, das quais não tinha conhecimento. Brinquedo sem manual, sem concerto. Fiz da arte de entender, um jogo. Adorava tentar encaixar as peças, examinava formas, supunha funções, supunha um destino.
Você me foi isso. Um passatempo. Uma peça de tabuleiro, sem muito uso, com uma única função. Mas saiba que poderia ter sido muito mais que isso. Por mais que não pareça, era um dos favoritos. Permiti me apegar, esse foi meu erro. Permiti-me gastar fichas telefônicas tentando contato com alguém que não queria ser encontrado. Cheguei a me sentir o monstro que se esconde no seu armário, pois você temia. Fiz-me indiferente porque muitas vezes você questionou o que eu sentia, logo, você tinha medo que eu me apegasse a você. Nunca cheguei a realmente ter conhecimento do que causava tudo isso.
Estava certo ao dizer que eu o conheço mais do que demonstro. Mas no fundo, não o conheço, ainda é um estranho. Tudo o que sei sobre você é o que pude observar. Não há nenhuma confirmação sua, logo, são apenas coisas que eu suponho e mais nada.
Demorou um pouco, mas acho que consegui entender agora. As pessoas só ouvem o que querem escutar. Eu só via o que queria ver. Sinto muito, se algum dia fui um estorvo para você, realmente queria tê-lo por perto, por isso neguei meus sentimentos, fingi não me importar e permaneci em silêncio. Mentir, às vezes, cansa. E cansei de mentir para mim mesmo.
Agora deixo tudo com você, não vou ligar mais, e desta vez já deixo avisado. Antes que você pense que me esqueci de você. Nunca esqueci. Nunca esqueci seus lábios, seu corpo, seu toque. E ainda fico excitado só em lembrar.
Cabe a você definir como será daqui pra frente. Sempre terei por ti o carinho que tenho agora, mas o que realmente preciso saber é até onde posso contar com você...


terça-feira, 10 de março de 2009

Saindo da rotina de ser assim...




Acordei feliz, e espero que isso dure o dia inteiro. Meu lado pessimista diz que não será. Mas meu lado otimista diz... só um instante, não tenho lado otimista. Foram tantas frustrações que nem sei o que é pensar positivo. Posso até imaginar, mas tenho a certeza de que a probabilidade é mínima. Hoje esse quadro muda, vou contar com as pessoas que proporem-se a me ajudar. Se elas me ofereceram a mão, é porque realmente querem me ver de pé. Realmente acreditam no meu potencia. E se eu falar mais sobre esse assunto, isso aqui virará um texto de auto-ajuda!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sobre solidão, saudade e desespero.



Você não estava aqui, em nenhum momento, em nenhuma ocasião. Não estava quando eu mais precisei, nem quando me vi cercado de uma multidão que, no primeiro deslize, passaria por cima de mim sem piedade alguma. Agora não preciso mais de consolo, ou de qualquer forma de carinho, talvez tenha sido cansativo demais esperar por socorro, uma vez que as chamadas de emergência estavam, todas, ocupadas. Não me atrevi a deixar-te um recado após o bip. Tolice minha, tolice, minha. A verdade é que sinto falta, mesmo quando não sinto, sinto falta. E é pior quando isso fica latejando, segundo após segundo, e me pego pensando em ti, desejando-te mais e mais. Quando sua voz ao telefone diz que não podemos, entendo, mas sinto-me desamparado no mundo, e sei, sei que amanhã ligarei tentando ver-me participando de sua vida. Assim fiz, e talvez faça uma vez mais...