domingo, 25 de julho de 2010

Quando Casas Não São Lares


Seria como olhar fixamente para o sol e de repente todas as nossas lembranças se tornassem cinzas. É impossivel descrever o olhar que me foi lançado quando segurei o braço dele na tentativa de impedi-lo que fosse embora. Ele fitou meus olhos por instantes mas que pareceu durar uma eternidade, então desviou os olhos e seu rosto caiu, como se sentisse vergonha de mim. Não tentou escapar pois sabia que depois disso eu o entenderia, e foi o que fiz, soltei-o para que fosse. Queria que soubesse que é minha borboleta, e que estarei aqui quando quiser voltar, eu disse. Ele suspirou e esboçou um sorriso. Sem me dizer uma palavra, virou e desceu as escadas. Eu sabia, lá no fundo, que ele não voltaria. Mas ainda mantenho a esperança que um dia serei suspreendido...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Explica? Parte II


" Despedidas são cinzas encharcadas de água salgada. E precisam secar antes que o vento consiga carregá-las. Mas chove. Noite úmida dentro. Alma-esponja de enxurradas das montanhas que não conseguimos subir. Nós, que somos fundamentalmente água. " - Peruchi, R.


Outra despedida e dessa vez definitiva. Já mencionei que algo faltava aqui e essa sensação parece se repetir. Não há formas de nos consolarmos e o silêncio parece ser o único remedio. A fumaça do cigarro não preenche esse vazio e espalha-se lentamente, ocupando um lugar no quarto. E então não sei bem o que dizer. Só me restou abraça-lo, acaricia-lo e esperar que ficasse bem, embora a distancia imposta me deixasse sem meios de transporte.