quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A Verdade Sobre Elisa


Prelúdio
Embora todos os medos fizessem dela o ser mais angustiado do mundo, ela superava cada um deles sem derramar uma lagrima alheia sequer. Sobre as próprias, já não posso dizer o mesmo...

Quando O Sol Me Deseja Um Bom Dia


Engraçado como costumo me perder no meio de tantos sentimentos. Palavras escritas não têm o mesmo peso das palavras ditas, e algumas talvez nunca saiam de minha boca. Não sei quantas vezes menti para mim mesmo, perdi a conta de quantas vezes arquitetei formas agradáveis de ver determinadas tragédias. Com alheios, sou o mais sincero possível, exceto quando isso envolve o meu sentimento por eles. Tenho estranhas formas de amar, e creio que isso se deve aos que conheci no decorrer do tempo. Ah, o tempo. Só me mostra o quanto estou velho. Acumulo experiência desde quatorze anos, e agora com dezoito (praticamente dezenove) parece ter sido tanto. Ainda tenho muito que viver, me decepcionei algumas vezes e há ainda o que experimentar. Entre rabiscos expus boa parte dessas aventuras a olhos alheios. Agora, meus dias não amanhecem os mesmos...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Em Agradecimento



(Ou Sobre Como Tenho Vivido Nos Últimos Dias)

Sentamos-nos aqui, observamos, dialogamos, teorizamos e enfim, acabamos por envelhecer. Todas as manhas, quando olho no espelho, percebo o quanto as rugas tomaram conta do meu rosto. As marcas causadas pelo tempo só deixam claro tudo o que passei nos últimos anos.

É difícil lembrar os tempos mais remotos. Acho que só comecei a viver aos quatorze anos e agora, aos (quase) dezenove, noto o quanto as coisas mudaram. Perdi aquela inocência juvenil e acumulei tantas experiências, que fico impressionado com a quantidade de gostos que já provei. O mais estranho deles foi aquele que me tomou o pensamento, me provocou tamanha falta de ar e uma angustia profunda me apertava o peito, tudo isso claro, além de perder as palavras. Já amei de verdade, só não assumi isso.

Só tenho que agradecer. Aos que me amaram, aos amigos que me acompanharam, amores não correspondidos e principalmente, aos erros cometidos.

Embora tudo isso tenha influenciados meus dias, me sinto apegado aos perfumes que trazem as lembranças mais nostálgicas. Talvez eu ainda aquele mesmo garoto ingênuo de anos atrás. Sabe, isso me colore a vida...

domingo, 27 de setembro de 2009

Ela mal sabe sobre ela.


Há dias não trocamos uma palavra sequer. Mal sabe ela que o que sinto é grande demais para expressar. Mal sabe ela que, quando gira de calcanhares e se põe a ir embora, me falta o ar. Falta essa que vem acontecendo com muita freqüência nos últimos dias. Mal sabe ela o efeito que seu perfume causa em minhas narinas e como adoro o brilho que o cabelo dela tem. Aos meus olhos ela é perfeita e é o que eu preciso para deixar tudo de lado. Mal sabe ela, que não tenho mais amores. Ela tem o dom de me fazer mortal perto a ti. Mal sabe ela, que só falta existir...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Transtorno Psicológico



Preciso só do silencio. Ou qualquer outro tipo de distração. Faz um tempo que não sei sobre o que escrever, por mais que eu saiba que tenho muito a dizer. Só queria pedir desculpas, mas ainda assim sair vitorioso nessa historia. Mesmo sendo vitima de tudo isso, nunca me fiz mártir, e as falhas de comunicação aconteceram da maneira mais natural que existe. Eu esperava uma ligação sua, e você esperava uma ligação minha. Dessa vez eu entendi, talvez não tenha recebido a mensagem, embora eu não aceite muito essa teoria. Enfim, agora só resta seguir em frente, e é nesse momento em que eu paro, respiro, penso. Onde erramos? Eu, por não ter omitido, mentido e negando o que eu realmente senti por ele? Ou ele, por ser tão hermético?

Teorizo que ele não queria se apegar a mim, devido a traumas passados. Às vezes ele era indiferente, por horas parecia não se importar, depois sentia ciúmes, e me deixava numa situação onde eu não sabia o que fazer. Podia ter priorizado mais, talvez assim transparecesse o quanto eu zelo por ele.

Isso nunca será uma lembrança apagada, embora esteja corroída pelo tempo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ou fora da area de cobertura...



Mesmo apontadas para o céu, antenas não fazem seu trabalho. Sinto-me tão fora de área. Tão esquecido pelo mundo. O celular não toca e nem o desespero chama. Não tenho vivido nos últimos dias, e sinceramente, algumas coisas não estão no rumo que eu esperava. Deixei de cultivar minhas relações, e guardei palavras que prometi, a mim mesmo, não guardar. Fui tolo, mas não me culpo por isso. Aprendi que, quando não sei o que fazer, devo observar e me adaptar ao ambiente. Ao ambiente, não a desconfortável sensação de que tudo poderia ser melhor. O sinal não volta, minhas ligações pendem, o chiado aumenta e minha voz falha. Talvez eu deva aproveitar o silencio.

domingo, 13 de setembro de 2009

Ainda tem partes do meu corpo das quais eu não gosto...



Outro dia, no ônibus, vi uma garota muito bonita. Bonita aos meus padrões, que não são dos mais exigentes. Ela devia ter uns oito ou nove anos. Seus cabelos loiros estavam aparentemente despenteados. Suas roupas eram simples e era um pouco gordinha. Fisicamente era descomposta, mas tinha lindos olhos azuis. De um azul hipnótico.

Sou fascinado por olhos claros, quando mais novo invejava quem os tinha e até comprei um par daquelas lentes de contato coloridas. Tive um sonho realizado. Entretanto, aquilo era artificial, não tinha o mesmo encanto que os olhos, geneticamente, naturais.

Nunca confessei isso, mas nunca fui muito satisfeito com minha aparência, não ligava para isso. Só que o mundo exige, e quando comecei a perceber, foi quando comecei a vender minha alma. Os novos cortes de cabelo, as novas roupas, a preocupação com o corpo, com a minha imagem e com as expressões. Tornei-me, em partes, um monstro. Usei meu charme e provoquei reações, na maioria das vezes foram testes, acabei brincando com sentimentos alheios. Isso, sem muito esforço.

Embora muitos tenham elogiado, na maioria dos dias não quero nem me olhar no espelho. E tem dias em que me apaixono pelo reflexo, e minha auto-estima acaba por alimentar-se de meu ego. Nessas situações eu me sinto com o poder de sair e fazer com que qualquer um caia de amores por mim, mas não o faço. Uma vez que, brincar com sentimentos alheios, cansa.

Ironicamente imagino como seria eu fútil se tivesse olhos azuis... por fim, aprendi que a beleza é algo relativo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Algumas das minhas memórias.

(ou Algo entre “ser” e “estar”)

E quando me falta o ar, é quando sei que estou prestes a errar outra vez. Algo me diz que meus piores dias estão por vir. Já me sinto culpado pelas atitudes que tomo, mas não deixo de negar prazeres a minha carne. Pouco a pouco reconheço meus defeitos, apesar de saber minhas imperfeições desde o momento que aprendi a me olhar no espelho. Tem coisas sobre mim que só meus melhores amigos sabem. Coisas das quais prefiro não lembrar, das quais sinto vergonha, das quais me arrependo, em partes, pois nunca fui santo. E tudo isso está escondido no fundo do meu consciente, e é daí que encontro meu subterfúgio para ser quem sou. Houve uma época em que eu precisava sangrar pra me sentir vivo, depois eu recorria a coisas piores, pelas quais eu me percorria becos escuros. Enfim, me viciei numa das piores drogas que existem. Tal qual que nem mesmo a ciência pode explicar seus efeitos colaterais. Agora, me falta o ar. E parece tudo voltar ao momento em que me expressar se torna algo não muito peculiar. Afinal, melhor deixar para outro momento.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Às vezes, eu só queria me perder pelo caminho...



De que me adianta rabiscar nas paredes meu desespero quando a superfície da mesma se faz volúvel ao meu toque e nem sempre obtenho sucesso no meu modo de comunicação? Tive dificuldade em me expressar e, muitas vezes, era tarde quando me dava conta. Por fim, isso se tornou uma de minhas qualidades, fiz-me observador critico, e quase sempre posso me comunicar, sem dizer uma palavra. Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, na verdade, uma imagem pode ser mil coisas diferentes, basta apenas olhar por outro ponto de vista. E beleza é algo relativo, isso é um fato. Há dias que estou no marasmo de sempre voltar pra casa, quero me perder no metrô, conhecer estações que nunca vi, decorar cada nome, cada lugar, cada placa, e mesmo assim ter a capacidade de esquecer onde estou. Seria tolo ao me importar com o que as pessoas dizem, muito disso é a falta do que fazer, mas quando a manhã lhes canta o desespero, muitas delas acordam ao lado de alguém que, com certeza, amaram naquela noite...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Por assim dizer...




Já passam das 13h e estou atrasado, pouco para o trabalho, muito para a vida. Sempre dependi da opinião alheia, logo, esperei por respostas, muitas das quais nunca tive conhecimento. Deve essa, ser mais uma das minhas estranhas manias. Algumas coisas nunca são explicadas, mesmo sendo pessoal, nem eu posso explicar. Confesso que é a primeira vez que escrevo em um local público, em partes me exponho, mas ninguém parece notar. O que me deixa mais tranqüilo. Isso me lembra que só de alguns anos pra cá comecei a me importar com minha imagem. Tornei-me narciso por assim dizer. Mudei meu cabelo, minhas roupas, minha barba. Preocupo-me mais com os detalhes, coisa que, nos meus quinze anos, eu não fazia. Não me sinto um narciso completo, certas manhas eu acordo e fico apaixonado pelo reflexo no espelho, assim como tem manhas em que acho que o espelho quebrara em vários pedaços. Nesses anos eu cresci, fiquei fisicamente mais encorpado, mentalmente mais adulto, psicologicamente mais preparado e sentimentalmente mais frio. Tudo isso, por assim dizer, claro...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Prometo não desistir tão cedo.




Mesmo no escuro, ainda se é capaz de ver o quanto as nuvens se movem rápido lá no alto. O vento frio entra pela janela e bate no rosto, e mais uma vez não sei como devo me sentir. O crepúsculo falso, formado pela luz laranja da cidade, parece ainda mais profundo ao som dos sinos da Sé. Acho que nunca disse aqui como a cidade tem seus lados mais tocantes. Acho que nunca reparei no lado tocante na cidade. Nessas horas, nem sei como voltar a prestar atenção em Clarice. Por tempos, não gostei das coisas que ela dizia. Pareciam-me tão insanas, nem nexo, sem senso. Mas bastou colocar-me em seu lugar para que eu pudesse ver. Assim como ela, eu escrevo, eu rabisco, eu escondo. Mostro sem expor-me, num contexto hermético, o qual só eu posso entender. Nos olhos alheios, é só mais um texto, na minha consciência, é um segredo revelado. Voltando a Clarice, ela é uma garota difícil, me arrependo de não tê-la conhecido antes, mas, prometo não desistir tão cedo... Algumas das coisas que ela diz, inspiram-me por serem verdades. Ou por consistirem naqueles mesmos pensamentos que os meus consistem.

sábado, 11 de julho de 2009

A razão do meu "não".




O que seria de mim ao permitir-lhe uma vez mais deixar-me esperando? É fato que isso se tornou usual, e na melhor das hipóteses, estou tentando tornar meus caminhos diferentes, assim, no final, não terei a sensação de cometer o mesmo erro. Se lhe desse aquele beijo, lhe daria esperanças, e você, denominaria ser namorado outra vez. Pois é isso que quer, sempre foi o que queria, mas é falho em tudo o que fez ultimamente. Mas não o culpo, tem fases na vida em que só podemos escolher ter sucesso em um lado.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Em manutenção:



O gosto do café me acalma na maioria das manhãs frias, embora essa não seja uma delas. Por mais que eu tente, nada tira essa sensação de acordar sozinho com o cheiro dele em minha camiseta, e me vejo pensando nele a cada instante. Mas o que fazer quando o meu corpo canta seus desejos e as conseqüências do meu consentimento são como uma letra que meu subconsciente sabe décor? Ainda acho que não sou dono dos meus sentimentos, seria muito fácil mentir para mim mesmo, me enganar dizendo que tudo isso vai passar, mas certos fantasmas se fazem presentes demais nas noites solitárias. Por vezes quis ser mais egoísta, mais inconseqüente, mais livre. No entanto, pensei demais no sentimento alheio. Confesso que não sei o que ganhei com tudo isso, e é nessas horas que me sinto tolo. Nem os programas de TV me distraem mais, na verdade acho que os canais estão, tanto quanto eu, fora do ar temporariamente...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Espere pacientemente.



O frio lá fora é convidativo, a chuva lá fora é significativa. O que esperas nesse tempo que padece lentamente? Meu pobre garoto, deixe disso. Não procure respostas diretas, ninguém irá indicar-lhe os caminhos certos, o máximo que conseguira é perder-se nesse mundo. Siga as placas, elas são vagas para você, mas um dia conseguirá decifrar nelas os verdadeiros caminhos. Use mapas. Use referências. Abuse das informações que adquirir. O trânsito só te deixa mais agoniado, faz minutos durarem horas, e essa imensurável espera nunca finda. Vamos tomar um café qualquer dia desses, falaremos um pouco mais sobre suas experiências e até mesmo, ensiná-lo-ei os segredos dessas coisas azuis. Você deve descer na próxima parada, seguir sua direita, atravessar a rua, andar para a esquerda e continuar nesse sentido, encontrarás uma placa com esses dizeres. Qual o numero da residência? Não sabes? Tem alguma referência? Não? Então, está perdido, meu garoto. Confie em mim... ou espere, pacientemente.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Explica?



Não está documentado o que sinto. E se eu arriscasse explicar acabaria por tropeçar em minhas próprias palavras e qualquer tipo de comunicação seria um meio falho. Não sei por que, mas toda vez que isso acontece, me vejo atrapalhado. Como já disse não encontro palavras, muito menos razões para tudo isso. Seria inútil tentar explicar, só pode ser amor, afinal essa é a única coisa no mundo que não tem explicação. Se realmente é isso, a melhor das hipóteses é mentir para mim mesmo. Não que eu tema isso, mas “amor” é algo destrutivo. Está bem como está. Os detalhes são quem chamam minha atenção, uma palavra, um toque, um olhar, uma pausa e até mesmo a cereja no fundo do copo. A sensação que fica é a de que falta algo nesse espaço. Algo que te incomoda, que te deixa alerto, e que espera a primeira oportunidade para jogar-se sobre você. Por mais que não tenha mais presença, deixou rastro, deixou saudade...

Lave bem as mãos...



Todo fim, não gera um novo começo. Esquecer o passado não te faz uma pessoa melhor. Não mudados, simplesmente aprendemos a deixar de sermos quem realmente somos. Tive que deixar velhas historias, e agora tenho que deixar velhos amores, mesmo que sinta não estarem acabados. Eu apenas sumi, depois, isso me será cobrado. Não tenho o que explicar, nunca ou ter o que dizer, coloque a culpa em mim e esqueça tudo isso. Cansei de argumentar sobre quem é o certo. Por fim, precisei sentir algo novo. Agora, conte o tempo...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quanto lhe vale um instante?


Por vezes quis que meus olhos tirassem fotos. Tantas são as coisas herméticas que me prendem a atenção, num contexto inexplicável, porem tão belo. Certas coisas foram feitas para não serem entendidas. Se soubesse que todo o meu esforço para entender a figura homogênea fosse em vão, talvez não perdesse tanto tempo. Mas todo estudo não é em vão, toda informação adquirida é um ponto preparatório para um futuro, não muito distante de um presente glorioso. Quando se é espectador desse circo (sim, “circo”, pois mais parece um teatrinho onde pensamos sermos donos do nosso próprio destino) o que resta a fazer é sentar e assistir. Eu estando aqui fica mais fácil, observar, estudar, esperar...

sábado, 25 de abril de 2009

Falta do que fazer!



Há dias não sei sobre o que dizer. Esforço-me para não escrever apenas sobre o lado monótono da minha vida, mas fazer o que, as coisas parecem ser mais belas ao toque do preto e branco. Vivi os últimos dias nas sobras do que, pensava eu, me fazia feliz. Passei a ultima semana pensando nas coisas que, preferia eu, não ter conhecimento. Coisas que, sinceramente, preferia não ouvir. Preciso de algo extravagante, clichê, porem romântico. Insano, mas totalmente dentro dos padrões aceitos pela sociedade. Talvez precise ser amado, mas amor saudável, sem aquele ciúme intenso, sem aquela possessão. Quero poder dizer “pode, pode confiar em mim”, sem ver meu passo rastreado, sem ver meu tempo cronometrado. Preciso sentir algo novo, preciso sair, conhecer alguém legal que, no decorrer do tempo, mostrará não ser o que eu realmente esperava. Quanto a essas decepções... porque céu está tão azul?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

É bom saber que tudo está bem:



Acho. Ainda sinto-me responsável pelas vidas que me cercam, sinto como se tudo estivesse invisivelmente ligado a mim, e eu, tenho que manter tudo em seu devido lugar. Este excesso de carinho faz-me sentir como carregar mundo nas costas, assim, enquanto protejo a quem amo, fico vulnerável a quem mal me quer.

Quem é por mim?

Demora certo tempo, mas a ficha sempre cai. Preocupei-me demasiadamente com o que sempre me foi alheio, e esqueci-me de viver o que era, por lei natural, meu. Tantos planos jogados numa pasta esquecida, tantos amores e amigos em que não investi, tanto tempo que perdi e não sei com o que. Esbocei tantas coisas que, por fim, seriam grandes obras, mas minha autoconfiança, se é que a tive, nunca subiu aos céus. Fiz poucas coisas por mim, uma delas ainda faz-me ser grato. E por gratidão, firmo aqui um novo começo, um novo ideal, e talvez uma nova vida, pois esta escorreu por entre meus dedos e tem coisas que não voltam, mas ainda posso sentir o gosto dos dias que se foram...

terça-feira, 24 de março de 2009

Esboço de uma musica sem refrão:



Diz-me ser santo
Quando sei que não podia
Prometeu-me tantas coisas
Que não deveria
Então, agora
Isso traz certa nostalgia
Pergunto-me se talvez qualquer dia

Eu vá sentir a dor, a amargura, a agonia
Verei coisas, que antes, eu não via
Saberei do que não existia
E isso me trará certa alegria

Diz-me ser tolo
Ao dizer que vai passar
Realmente sou
Ao inocente, acreditar?
Sabe lá quanto tempo
Estou disposto a esperar
Para ver o fogo Roma incendiar
Pergunto-me se um dia vão curar

A idiotice de Ícaro
Ao perto do sol voar
O ego de Narciso
Ao, por si mesmo, apaixonar
Penso agora que essa chuva
Nunca vai cessar
E ver-me-ei no dilúvio dos dias
Que não passar
Com animais imundos, num bote,
Par, a par.

quinta-feira, 19 de março de 2009

E eu nem sei seu sobrenome.





Há certo tempo penso sobre isso, desde então tento entender esse ser hermético e enigmático. Menino curioso e inconseqüente que me fiz, abri pouco a pouco meu brinquedo, sem saber se no final conseguiria deixar tudo como encontrei. Por fim, me vi diante de milhares de pequenas peças, das quais não tinha conhecimento. Brinquedo sem manual, sem concerto. Fiz da arte de entender, um jogo. Adorava tentar encaixar as peças, examinava formas, supunha funções, supunha um destino.
Você me foi isso. Um passatempo. Uma peça de tabuleiro, sem muito uso, com uma única função. Mas saiba que poderia ter sido muito mais que isso. Por mais que não pareça, era um dos favoritos. Permiti me apegar, esse foi meu erro. Permiti-me gastar fichas telefônicas tentando contato com alguém que não queria ser encontrado. Cheguei a me sentir o monstro que se esconde no seu armário, pois você temia. Fiz-me indiferente porque muitas vezes você questionou o que eu sentia, logo, você tinha medo que eu me apegasse a você. Nunca cheguei a realmente ter conhecimento do que causava tudo isso.
Estava certo ao dizer que eu o conheço mais do que demonstro. Mas no fundo, não o conheço, ainda é um estranho. Tudo o que sei sobre você é o que pude observar. Não há nenhuma confirmação sua, logo, são apenas coisas que eu suponho e mais nada.
Demorou um pouco, mas acho que consegui entender agora. As pessoas só ouvem o que querem escutar. Eu só via o que queria ver. Sinto muito, se algum dia fui um estorvo para você, realmente queria tê-lo por perto, por isso neguei meus sentimentos, fingi não me importar e permaneci em silêncio. Mentir, às vezes, cansa. E cansei de mentir para mim mesmo.
Agora deixo tudo com você, não vou ligar mais, e desta vez já deixo avisado. Antes que você pense que me esqueci de você. Nunca esqueci. Nunca esqueci seus lábios, seu corpo, seu toque. E ainda fico excitado só em lembrar.
Cabe a você definir como será daqui pra frente. Sempre terei por ti o carinho que tenho agora, mas o que realmente preciso saber é até onde posso contar com você...


terça-feira, 10 de março de 2009

Saindo da rotina de ser assim...




Acordei feliz, e espero que isso dure o dia inteiro. Meu lado pessimista diz que não será. Mas meu lado otimista diz... só um instante, não tenho lado otimista. Foram tantas frustrações que nem sei o que é pensar positivo. Posso até imaginar, mas tenho a certeza de que a probabilidade é mínima. Hoje esse quadro muda, vou contar com as pessoas que proporem-se a me ajudar. Se elas me ofereceram a mão, é porque realmente querem me ver de pé. Realmente acreditam no meu potencia. E se eu falar mais sobre esse assunto, isso aqui virará um texto de auto-ajuda!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sobre solidão, saudade e desespero.



Você não estava aqui, em nenhum momento, em nenhuma ocasião. Não estava quando eu mais precisei, nem quando me vi cercado de uma multidão que, no primeiro deslize, passaria por cima de mim sem piedade alguma. Agora não preciso mais de consolo, ou de qualquer forma de carinho, talvez tenha sido cansativo demais esperar por socorro, uma vez que as chamadas de emergência estavam, todas, ocupadas. Não me atrevi a deixar-te um recado após o bip. Tolice minha, tolice, minha. A verdade é que sinto falta, mesmo quando não sinto, sinto falta. E é pior quando isso fica latejando, segundo após segundo, e me pego pensando em ti, desejando-te mais e mais. Quando sua voz ao telefone diz que não podemos, entendo, mas sinto-me desamparado no mundo, e sei, sei que amanhã ligarei tentando ver-me participando de sua vida. Assim fiz, e talvez faça uma vez mais...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Seja como uma página em branco...


Quando o mundo lhe for demasiado tedioso, é porque está na hora de alterar-se. Acredite. Acolha novas visões, aperfeiçoe velhos ideais, amplie seu alcance. Faça novas rotas, conheça novos lugares. Não peça sempre o mesmo prato naquele mesmo restaurante. Aceite. A rotina demonstra a sua insegurança ante a idéia de tentar algo novo. Mude. Arrisque. Palpite. Calcule. Pense. Prepare uma receita nova, a qual NUNCA viu antes. Reavalie seus pré-conceitos, muitos deles podem não ter nenhum fundamento. Olhe no passado para não cometer os mesmos erros no presente, muito menos no futuro. Tome cuidado! Esteja preparado. Para surpresas, desafios, decepções, reencontros. Olhe! Tem coisas pela qual passa e que nunca mudaram sua vida. Talvez não mudem hoje. Nem amanhã. Mas aquele velho sentado, lendo jornal, pode ser você daqui a anos. Viva...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nota sobre algo que você não deve saber


Estranhamente tenho certa idolatria pelo mundo. Não. Não como um todo. Existem coisas tão singelas, e ao mesmo tempo tão implexas que, vira e mexe me pego apreciando-as com assombrosa perplexidade. Não tenho olhos triviais, isso já me foi evidenciado. Ou os tenho, mas minha percepção é distante das alheias. São poucos os que param para admirar o chacoalhar de uma planta em contragolpe ao bafo do vento; o viajar das águas pluviais em direção ao esgoto, carregando consigo detritos que, mais tarde, irão originar dilúvios; os tijolos rubros de um muro antigo e carcomido pela finalidade do tempo; o transito caótico de pessoas no centro de uma metrópole; ou a extraordinário isolamento de um amanhecer frígido e fascinante, onde o sol expõe a candura por trás da ignorância. Por vezes quis que todos tivessem essa mesma visão que tenho, e uma maneira que encontrei para fazer isso, foi fotografar...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Até que a chuva apague-as...




Quando criança, eu sempre quis poder voar. Quem nunca sonhou com isso? Na maioria dos meus sonhos eu não voei, simplesmente despenquei num vazio infinito e acordei assustado ao cair da cama. Há muito tempo eu não penso nisso, é até meio vago, mas enquanto as rugas não cobrem meu rosto e a chuva não lava o que, com carvão, eu desenho na parede, eu sei que ainda existe uma criança dentro de mim. E ela chora desesperadamente, pela mãe ou por alguém que a carregue no colo e não a deixe lá novamente. Talvez eu esteja aqui na próxima vez que ela despencar, por que, no fundo eu ainda me tenho. Até chego a ser um pouco narcisista. E, pensando bem... isso não é uma má idéia. Existe alguma explicação lógica para o que acontece quando eu olho no espelho e sempre vejo alguém diferente. As vezes mais velho, as vezes seguro do que quer, por outras mais feliz, mais pensativo, mais inocente, mais bobo, mais carente e ate mesmo mais indiferente...