terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Meus Olhos Verdes



Depois de um tempo, há pouco mais que duas semanas, ou três. Há exatos vinte e três (23) dias, algo comum aconteceu, era Natal. Meu vigésimo Natal.

Imensurável se fez o espaço que se abriu entre aqui, e aqui. Cedo, em tempo, é relativo. Borboletas vivem de duas semanas a três meses, dependendo da espécie, na fase adulta. Não sei quanto tempo viverei como adulto. Sinto que repeti palavras, sempre as repito. Talvez para fazer-me acreditar em mentiras que tornam os fatos mais agradáveis ao meu ponto de vista.

Entretanto, volto a dizer que decidi arriscar, escrever isso é sair de uma zona de conforto. Quando criança, fui um garoto introvertido, guardado para mim, mas a verdade esteve em meus olhos por todo esse tempo. Quis ter olhos claros, para ser mais misterioso, acabei por me conformar com meus castanhos.

Gastei horas para aceitar-me frente ao espelho, e ainda assim, me surpreendo com o que me tornei. Não me defino para não limitar-me. Não me conheço, embora muito do que dizem já é de meu inconsciente conhecimento.

Ontem foi um dia similar ao de hoje mas, depois de muito, ganhei um par de olhos verdes. Lindos. Combinam comigo em todos os momentos. Não, não ficaram artificiais. São muito verdadeiros. Não existe palavra para descreve-los, não existem palavras para descrever o que sinto quando eles me olham por cima das armações...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Entre Tantos Entretantos





Saio, mais uma vez, da minha zona de conforto. Valerá. Se não valer, trarei a sensação de ter valido cada segundo. Há dias penso, rabisco, escrevo, rascunho e desenho, para tentar distrair-me. Humano que sou, traio-me e perdôo-me Faço porque mereço, e se não mereço, faço-o mesmo assim. Acreditam que sou uma boa pessoa, entretanto, não discordo, mas parte de mim não concorda. Saio para arriscar-me, uma vez mais, e algo me diz que dessa vez valerá cada grão de areia dos meus olhos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Parte De Um Capitulo II


Sentado a mesa da cozinha, desde que Elisa saíra, Diogo ainda tomava café. Os cabelos desarrumados deixavam-no ainda mais jovem, o que disfarçava seus vinte e cinco anos. Decidiu ali mesmo que não sairia de casa naquela fria terça-feira, aproveitando ao máximo a folga do trabalho. Como seu pai viajara a negócios, e a irmã encontrava-se no colégio, tinha a casa só para si. Tinha o silêncio, tinha o frio e o vento gelado que sacudia as persianas da sala. Levantou-se, colocou a xicara sobre a pia junto com as demais louças sujas e dirigiu-se para a sala de estar. Fechou a porta de vidro que levava a sacada, parou por alguns instantes, sentindo o vento que entrava por uma pequena abertura. Seu corpo estremeceu, os pelos se arrepiaram por todo o corpo. Coçou a barba, que há semanas não fazia, depois passou a mão na cabeça, ajeitando os cabelos caídos sobre os olhos. Fechou a porta, mas ainda assim sentia o frio que fazia lá fora, estremeceu novamente, psicologicamente, e dessa vez os pelos não arrepiaram.

Volvendo-se, olhou panoramicamente a sala. Há muito não sentava naquele sofá, deitou-se ali, olhando para o teto, e percebeu que realmente desconhecia aquele ambiente. Não desconhecia, apenas esquecera daquela sensação de estar ali, naquele sofá, assistindo televisão ou simplesmente passando o tempo. Perdeu-se em pensamentos e acabou por adormecer.


retirado de "A Verdade Sobre Elisa".

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não Te Amarei Menos


Mesmo que com o passar dos dias você envelheça, não te amarei menos por isso.
Mesmo que em dias de frio não tenha o seu abraço, não te amarei menos por isso.
Mesmo que não possa dar-me todas as coisas materiais que desejo, não te amarei menos por isso.
Mesmo que não possa estar por perto quando mais preciso, não te amarei menos por isso.
Mesmo que não te veja todos os dias, não te amarei menos por isso.


Entenda que...
Só te amarei menos, quando menos amar-me.


Acredite



(Ou "Trinta E Um De Dezembro De Dois Mil E Dez")

Poderia escrever tudo que espero para o próximo ano. Realmente poderia. Mas seria tão produtivo quando sentar e esperar pelo incerto. Recapitular tudo que me aconteceu no ano que passou seria demasiadamente nostálgico, e acredite, não quero beber pelas coisas das quais me arrependo.

Fecho mais um livro e abro um novo, e esse escreverei melhor que o anterior. Isso foi o que tentei ano apos ano, e acredite, darei o melhor de mim. Pelo menos é o que espero. Terminarei algum projeto, tentarei coisas novas, e pretendo aprender com meus erros. Voltarei a ser analista, e agir com um pouco mais de cautela. Meu coração é novo, mas não agüenta mais os trancos da vida. Amadureci muito, acredite...