domingo, 27 de setembro de 2009

Ela mal sabe sobre ela.


Há dias não trocamos uma palavra sequer. Mal sabe ela que o que sinto é grande demais para expressar. Mal sabe ela que, quando gira de calcanhares e se põe a ir embora, me falta o ar. Falta essa que vem acontecendo com muita freqüência nos últimos dias. Mal sabe ela o efeito que seu perfume causa em minhas narinas e como adoro o brilho que o cabelo dela tem. Aos meus olhos ela é perfeita e é o que eu preciso para deixar tudo de lado. Mal sabe ela, que não tenho mais amores. Ela tem o dom de me fazer mortal perto a ti. Mal sabe ela, que só falta existir...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Transtorno Psicológico



Preciso só do silencio. Ou qualquer outro tipo de distração. Faz um tempo que não sei sobre o que escrever, por mais que eu saiba que tenho muito a dizer. Só queria pedir desculpas, mas ainda assim sair vitorioso nessa historia. Mesmo sendo vitima de tudo isso, nunca me fiz mártir, e as falhas de comunicação aconteceram da maneira mais natural que existe. Eu esperava uma ligação sua, e você esperava uma ligação minha. Dessa vez eu entendi, talvez não tenha recebido a mensagem, embora eu não aceite muito essa teoria. Enfim, agora só resta seguir em frente, e é nesse momento em que eu paro, respiro, penso. Onde erramos? Eu, por não ter omitido, mentido e negando o que eu realmente senti por ele? Ou ele, por ser tão hermético?

Teorizo que ele não queria se apegar a mim, devido a traumas passados. Às vezes ele era indiferente, por horas parecia não se importar, depois sentia ciúmes, e me deixava numa situação onde eu não sabia o que fazer. Podia ter priorizado mais, talvez assim transparecesse o quanto eu zelo por ele.

Isso nunca será uma lembrança apagada, embora esteja corroída pelo tempo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ou fora da area de cobertura...



Mesmo apontadas para o céu, antenas não fazem seu trabalho. Sinto-me tão fora de área. Tão esquecido pelo mundo. O celular não toca e nem o desespero chama. Não tenho vivido nos últimos dias, e sinceramente, algumas coisas não estão no rumo que eu esperava. Deixei de cultivar minhas relações, e guardei palavras que prometi, a mim mesmo, não guardar. Fui tolo, mas não me culpo por isso. Aprendi que, quando não sei o que fazer, devo observar e me adaptar ao ambiente. Ao ambiente, não a desconfortável sensação de que tudo poderia ser melhor. O sinal não volta, minhas ligações pendem, o chiado aumenta e minha voz falha. Talvez eu deva aproveitar o silencio.

domingo, 13 de setembro de 2009

Ainda tem partes do meu corpo das quais eu não gosto...



Outro dia, no ônibus, vi uma garota muito bonita. Bonita aos meus padrões, que não são dos mais exigentes. Ela devia ter uns oito ou nove anos. Seus cabelos loiros estavam aparentemente despenteados. Suas roupas eram simples e era um pouco gordinha. Fisicamente era descomposta, mas tinha lindos olhos azuis. De um azul hipnótico.

Sou fascinado por olhos claros, quando mais novo invejava quem os tinha e até comprei um par daquelas lentes de contato coloridas. Tive um sonho realizado. Entretanto, aquilo era artificial, não tinha o mesmo encanto que os olhos, geneticamente, naturais.

Nunca confessei isso, mas nunca fui muito satisfeito com minha aparência, não ligava para isso. Só que o mundo exige, e quando comecei a perceber, foi quando comecei a vender minha alma. Os novos cortes de cabelo, as novas roupas, a preocupação com o corpo, com a minha imagem e com as expressões. Tornei-me, em partes, um monstro. Usei meu charme e provoquei reações, na maioria das vezes foram testes, acabei brincando com sentimentos alheios. Isso, sem muito esforço.

Embora muitos tenham elogiado, na maioria dos dias não quero nem me olhar no espelho. E tem dias em que me apaixono pelo reflexo, e minha auto-estima acaba por alimentar-se de meu ego. Nessas situações eu me sinto com o poder de sair e fazer com que qualquer um caia de amores por mim, mas não o faço. Uma vez que, brincar com sentimentos alheios, cansa.

Ironicamente imagino como seria eu fútil se tivesse olhos azuis... por fim, aprendi que a beleza é algo relativo.