Mesmo palavras duras podem vestir-se de camurça.
Trata-se de contradições, dúvidas e desejos. Pessoas como eu, precisam provar para si mesmas, dia após dia, que estão bem e que há algo positivo do lado de fora da janela. Entretanto eu prefiro distrair-me e pensar que não preciso estar lá. Estou seguro aqui dentro, isso é o que devo saber. Vez ou outra, ainda arrisco-me. Mas tornou-se demasiadamente cansativo chocar meu corpo com o solo no final da queda. Ainda surgem esperanças, falsas luzes e certos encantos.
O que mais impressiona é a capacidade de dizer palavras que terão um impacto devastador, sem ao menos importar com o que é lançado contra o vento. Isso volta, sempre volta. Por isso, guardo em mim algumas palavras, e as mesmas se multiplicam, crescem aqui dentro, e tentam sair. Entretanto, prendem-se a minha garganta, me sufocam, causam desespero. Eu não consigo gritar, não consigo manifestar-me. E a noite, não durmo, por medo de ser pego pelo monstro que alimento por dentro. Eu sei que está lá, esperando pela primeira oportunidade de tomar o controle... o nome desse monstro: amor.