domingo, 25 de julho de 2010

Quando Casas Não São Lares


Seria como olhar fixamente para o sol e de repente todas as nossas lembranças se tornassem cinzas. É impossivel descrever o olhar que me foi lançado quando segurei o braço dele na tentativa de impedi-lo que fosse embora. Ele fitou meus olhos por instantes mas que pareceu durar uma eternidade, então desviou os olhos e seu rosto caiu, como se sentisse vergonha de mim. Não tentou escapar pois sabia que depois disso eu o entenderia, e foi o que fiz, soltei-o para que fosse. Queria que soubesse que é minha borboleta, e que estarei aqui quando quiser voltar, eu disse. Ele suspirou e esboçou um sorriso. Sem me dizer uma palavra, virou e desceu as escadas. Eu sabia, lá no fundo, que ele não voltaria. Mas ainda mantenho a esperança que um dia serei suspreendido...

2 comentários:

  1. [a terra a que pertenço pode não coincidir com o chão que piso; pertence mais onde o coração insiste em bater, compassadamente, pertença suave]

    um imenso abraço, Pedro

    Leonardo B.

    ResponderExcluir
  2. Caramba, chorei com o texto, vc escreve muito bem.


    Abraços.

    Vina

    ResponderExcluir