quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Depois Da Tempestade


Depois da tempestade, metade da cidade está sob a água. Nos noticiários informam os principais pontos de alagamento, também os mantém atualizados sobre o transito na cidade. Porque assisto isso? Não estou fora de casa, e com essa chuva não pretendo ir a lugar algum. Mais uma vez verifico as janelas do apartamento, já as tinha fechado quando a chuva começou, mas essa é uma oportunidade de desenhar coisas no vidro embaçado. Seria silencio agora, se não fosse o som das gotas ao chocarem-se. Confesso que é convidativo. Os canais não transmitem nada alem de tragédias. Se eu desligar a TV e ignorar, resolve?

Sinto que estou no olho do furacão, sabe, na calmaria. Calmaria. Disseram-me que essa palavra não significa boa coisa. Nos tempos antigos, os navegadores que entravam na calmaria ficavam dias, meses e até anos, sem sair do lugar. Isso pode até parecer ruim, mas se não saio daqui, não corro mais riscos. Se não corro riscos, estou em segurança. Se estou em segurança... Não tenho com o que me preocupar.


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