Sentado a mesa da cozinha, desde que Elisa saíra, Diogo ainda tomava café. Os cabelos desarrumados deixavam-no ainda mais jovem, o que disfarçava seus vinte e cinco anos. Decidiu ali mesmo que não sairia de casa naquela fria terça-feira, aproveitando ao máximo a folga do trabalho. Como seu pai viajara a negócios, e a irmã encontrava-se no colégio, tinha a casa só para si. Tinha o silêncio, tinha o frio e o vento gelado que sacudia as persianas da sala. Levantou-se, colocou a xicara sobre a pia junto com as demais louças sujas e dirigiu-se para a sala de estar. Fechou a porta de vidro que levava a sacada, parou por alguns instantes, sentindo o vento que entrava por uma pequena abertura. Seu corpo estremeceu, os pelos se arrepiaram por todo o corpo. Coçou a barba, que há semanas não fazia, depois passou a mão na cabeça, ajeitando os cabelos caídos sobre os olhos. Fechou a porta, mas ainda assim sentia o frio que fazia lá fora, estremeceu novamente, psicologicamente, e dessa vez os pelos não arrepiaram.
Volvendo-se, olhou panoramicamente a sala. Há muito não sentava naquele sofá, deitou-se ali, olhando para o teto, e percebeu que realmente desconhecia aquele ambiente. Não desconhecia, apenas esquecera daquela sensação de estar ali, naquele sofá, assistindo televisão ou simplesmente passando o tempo. Perdeu-se em pensamentos e acabou por adormecer.
retirado de "A Verdade Sobre Elisa".

Não conheço esse livro, mas já senti isso relatado no trecho XD
ResponderExcluirResposta do Doryan: "não leu pq eu ainda não terminei de escrever, logo, não foi publicado"